Divirta-se em Chapelco – San Martin de Los Andes – Argentina

Latitude / Longitude
-40.197315, -71.319909

 

 

 

Chapelco, a montanha nevada que possue tranças d´água!

Quando falamos de estações de esqui na América do Sul, o primeiro nome que vem à mente das pessoas é Bariloche. E com razão: Cerro Catedral é o maior centro de esqui do Cone Sul. Porém, ao todo, a Argentina oferece 9 estações invernais com altas pistas.

Uma das mais charmosas e divertidas é sem dúvida Chapelco, que, mesmo não tendo a fama de Bariloche, agrada, e muito.

Chapelco é bom para esquiadores experientes ou para os iniciantes; para os que querem mais segurança ou para os que arriscam pendentes mais radicais; para os que desejam curtir com a namorada ou para os que querem adrenar num fora de pista com muita visibilidade.

Com modernos meios de elevação – ressalve-se que modernos em relação à média da América do Sul, pois seriam ultrapassados se comparados aos europeus – e com uma qualidade de neve considerada muito boa – ressalve-se que isto ocorre quando as imprevisibilidades do desequilíbrio imposto ao meio ambiente pelo aquecimento solar não se manifestam com tanta veemência – as muitas pistas de Chapelco atraem principalmente os próprios argentinos e muitos brasileiros. Mas também alguns anglo-saxões e italianos são vistos por lá.

Chapelco é um abrigo em meio às turbulências da Cordilheira dos Andes. Excelente opção à vizinha Pucón, normalmente envolta em caos, ou mesmo à Bariloche, que tem experimentado várias instabilidades climáticas nestes últimos anos.

Além da prática de esqui e do californiano snowboard, existem outras atividades invernais como o passeio de moto-neve, trenós puxados por cachorros siberianos e as caminhadas pelos bosques de lengas (árvores típicas das montanhas andinas). Todas estas práticas contam com patrulhas bem treinadas que percorrem todos os locais, dando-nos a ilusória sensação de segurança, pois, nestes esportes, machucar-se, de alguma forma, é quesito praticamente obrigatório.

Chapelco é a estação de esqui mais importante do patagônico Estado de Neuquén, e localiza-se a 200 km de Bariloche, fazendo divisa, à oeste, com o Chile.

É possível subir de teleféricos aos pontos culminantes do Cerro Chapelco, que atingem 1980m de altura, mas que nem sempre estão abertos. Para que isto ocorra, é preciso que a Cordilheira acalme-se um pouco e que as condições climáticas sejam oportunamente favoráveis, mas, quando isto acontece, as paisagens são puro cenário. É possível ver o lago Lacar e, ao fundo, o imponente vulcão Lanín, de 3.747 m, que surge piramidal lá longe, nos Andes, entremeado às montanhas menores. Há dias em que é possível ver até o amigo do vulcão Lanin, a outra pirâmide chamada de vulcão Villarica, do outro lado da invisível fronteira com o Chile.

Realmente: ver o vulcão Lanin, e atrás o vizinho vulcão Villarica, circundado pela região dos Lagos, e o gigante dos Andes englobando tudo, e depois descer adrenado num cassete só a montanha abaixo, estes são os dias que podemos dizer: hoje tive um dia de sorte!

A querida Chapelco conta com a hospitalidade da elegante San Martin de Los Andes, cidade nobre, que possui excelente infra-estrutura e que agrada a todos com sua rica gastronomia e uma agitada vida noturna. O que mais agrada em San Martin é o despojamento de andar livre pela cidade, a qualquer hora ou de madrugada, e não sofrer a típica pressão dos perigos urbanos. Além disso, os turistas costumeiramente são bem recebidos, pelos poucos mais de 3.000 habitantes do local, em clima agradável e tranqüilo. O turismo é hoje a principal foco econômico de San Martin, o que torna sua população natural e convenientemente hospitaleira. A cidade conta com estrutura aeroportuária, muitos hotéis e cabanas de aluguel. No verão, as atenções são voltadas aos Lagos, aos bosques de lengas e à Cordilheira, que ganha outras cores e climas mais amenos.

O Parque Nacional Lanin, fundado em 1937, abriga esta região de belas paisagens, outrora residência de várias etnias indígenas que combateram os espanhóis e ainda residência de muitos animais como condores, javalis selvagens, cervos e pumas.

Chapelco, San Martin, vulcão Lanin e lago Lacar formam um quádruplo de personagens que deixam no visitante uma sensação de querer mais, de sentir saudades mesmo antes da partida.

A origem no nome Chapelco: quando inicia-se a primavera, começa a ocorrer o degelo nas montanhas nevadas. Pequenos fluxos d´água forma-se e começam a descer pelos Andes, cavando suas encostas. Inúmeros braços d´água entrecruzam-se formando correntes maiores, que acabam desembocando nos rios que atravessam os vales. Estas corredeiras são parecidas com tranças d´água que descem a camada de neve abaixo. Em linguagem indígena isto significa chape=tranças e co=água.

Fotos, vídeos e textos de Marcelo Ozório.

 

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